sábado, 7 de maio de 2011

Yoka

Uma tela vazia vagueava, flutuava, indecisa sobre qual dos dois elementos escolher. Um sol tórrido centrava toda a sua atenção nela, ao que ela respondia firmemente, tão certa quanto o horizonte que os definia.

Por fim, chegou o seu dia. Passaria a ter um significado, uma história para contar. Começou por ganhar forma com uma técnica com mais de 150 anos, algo que não deixaria Seurat muito incomodado.

Cedo percebeu que o seu tutor tinha o testemunho muito bem definido. Este começou por desenhar uma cara descontente, descaracterizada. Tinha marcas de um passado recente. Era uma máscara. Teria algo a esconder? Ou seria antes um reflexo da sua sociedade?

A musicalidade envolvia-a e completava o seu mundo. Não. Fazia parte dela. Era forte, mas… incoerente. Porque teria a boca a tremer?

Yoka está agora a olhar para mim, levantando aos poucos a sua máscara, contando a sua história. Os seus fortes traços fazem parte de um mapa que me esforço por desbravar, enquanto que a música que emana esconde todas as outras histórias que nunca irei saber.


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